Já pensou em pegar a estrada e conhecer os países vizinhos do Brasil? Se você planeja viajar de carro para Argentina, Uruguai, Paraguai ou Bolívia, precisa conhecer um documento essencial: a Carta Verde. Sem ela, você nem consegue atravessar a fronteira! Neste artigo, vou explicar tudo sobre esse seguro obrigatório que garante sua tranquilidade durante viagens internacionais pelo Mercosul.
Minha experiência com a Carta Verde
Na primeira vez que planejei uma viagem de carro para a Argentina, quase cometi um erro que teria arruinado minhas férias. Faltando apenas dois dias para partir, um amigo me perguntou: “E a Carta Verde, já providenciou?”. Confesso que não fazia ideia do que se tratava! Por sorte, consegui emitir o documento a tempo e evitei um grande transtorno na fronteira.
Essa experiência me ensinou que, por mais que planejemos cada detalhe da viagem, alguns requisitos específicos podem passar despercebidos. Por isso, hoje compartilho tudo que aprendi sobre a Carta Verde para que você não passe pelo mesmo susto.
O que é a Carta Verde?
A Carta Verde é um seguro obrigatório de responsabilidade civil para veículos que circulam entre os países do Mercosul. Seu nome oficial é “Certificado de Apólice Única do Seguro de Responsabilidade Civil”, mas ficou popularmente conhecido como Carta Verde devido à cor tradicional do documento, que facilita sua identificação pelas autoridades de trânsito e fronteira.
Este seguro tem como principal função cobrir danos materiais e corporais causados a terceiros em caso de acidente de trânsito no exterior. Em outras palavras, a Carta Verde protege financeiramente o motorista contra os custos gerados por um sinistro fora do Brasil, garantindo que terceiros não fiquem desamparados.
É importante destacar que a Carta Verde serve apenas para viagens a lazer e não tem validade em caso de viagem feita a trabalho.
Em quais países a Carta Verde é obrigatória?
A Carta Verde é exigida para viagens aos seguintes países do Mercosul:
- Argentina
- Uruguai
- Paraguai
- Bolívia (que ingressou como parte do Mercosul em julho de 2024)
Sem a Carta Verde, você não conseguirá atravessar a fronteira entre o Brasil e esses países. Além disso, dirigir sem o documento em território estrangeiro pode resultar em multas severas, apreensão do veículo e complicações legais.
Vale ressaltar que para o Chile, que é um país associado e não membro do Mercosul, não é necessária a Carta Verde, mas sim um seguro específico chamado SOAPEX.
Por que a Carta Verde é essencial?
A Carta Verde vai muito além de um simples requisito legal. Ela é indispensável por diversas razões:
1. Garantia de cobertura em caso de acidentes
Em outro país, um acidente de trânsito pode trazer complicações legais e financeiras ainda maiores do que no Brasil. A Carta Verde cobre os custos relacionados a:
- Danos materiais a terceiros
- Despesas médicas de vítimas envolvidas no acidente
- Prejuízos causados por colisões ou atropelamentos
2. Cumprimento das leis locais
Nos países do Mercosul, a Carta Verde é obrigatória. Circular sem ela é uma infração sujeita a multas pesadas e até à apreensão do veículo.
3. Proteção financeira
Sem um seguro, os custos de um acidente podem ser muito elevados. Imagine ter que pagar despesas médicas ou consertos em outro país, muitas vezes em moeda estrangeira. A Carta Verde elimina esse risco, já que oferece cobertura para esses eventos.
Como funciona a cobertura da Carta Verde?
A cobertura da Carta Verde está focada exclusivamente em danos a terceiros. Isso significa que, em caso de acidente, você estará protegido contra prejuízos causados a outras pessoas ou propriedades, mas não contra danos ao seu próprio veículo ou passageiros.
Tipos de danos cobertos
- Danos materiais: até US$ 20.000 para consertos de veículos, danos a imóveis ou outros bens
- Danos corporais: até US$ 40.000 para despesas médicas, hospitalares e indenizações em caso de invalidez ou morte de terceiros
Segundo a Global Opsi, os limites totais podem chegar a US40.000paradanosmateriaiseUS 40.000 para danos materiais e US40.000paradanosmateriaiseUS 200.000 para danos corporais em um único acidente, dependendo da seguradora.
Como emitir a Carta Verde?
Obter a Carta Verde é um processo simples, mas exige planejamento. Veja o passo a passo para solicitar o documento:
1. Consulte as exigências da sua seguradora
Se você já possui um seguro auto, entre em contato com a seguradora para contratar a Carta Verde. Para veículos de carga, é preciso contratar um seguro específico, conhecido como Carta Azul.
2. Reúna os documentos necessários
Para solicitar a Carta Verde, você precisará fornecer:
- CNH brasileira do segurado
- Documento do veículo (como marca, modelo e placa)
- Data de entrada e saída dos países do Mercosul
3. Pague as taxas
O custo da Carta Verde varia conforme a seguradora e o tempo de validade solicitado. Conforme a Global Opsi, os valores aproximados em 2025 são:
| Período de Cobertura | Preço (R$) |
|---|---|
| 3 dias | 46,00 |
| 7 dias | 86,00 |
| 15 dias | 142,00 |
| 30 dias | 212,00 |
| 45 dias | 295,00 |
| 90 dias | 391,00 |
| 1 ano | 499,00 |
4. Defina o período de validade
O documento é emitido com base no período exato em que o veículo circulará no exterior. Certifique-se de informar as datas corretas para evitar complicações na viagem.
5. Tempo de emissão
A emissão da Carta Verde é rápida e pode ser feita totalmente online. Os prazos estimados são:
- Pagamentos via Pix: A apólice costuma ser enviada em até 2 horas após a confirmação do pagamento
- Pagamentos via boleto bancário: Pode levar até 24 horas para compensação e envio do documento
Para evitar contratempos, recomenda-se contratar o Seguro Carta Verde com pelo menos 24 horas de antecedência da viagem.
O que fazer em caso de acidente?
Se você se envolver em um acidente enquanto estiver em um país do Mercosul, siga estas etapas para acionar o Seguro Carta Verde:
- Comunique imediatamente as autoridades locais
- Obtenha um boletim de ocorrência, documento essencial para acionar o seguro
- Entre em contato com a seguradora responsável, que estará especificada no certificado do seguro
- Forneça a documentação necessária, como cópia da apólice e carteira de motorista
- Aguarde a indenização conforme as condições da apólice
Segundo a Bradesco Seguros, você precisará acionar a seguradora conveniada no país onde ocorreu o acidente.
Dicas para viajar de carro com segurança no Mercosul
Além da Carta Verde, é importante tomar outros cuidados para ter uma viagem tranquila:
Checklist de documentos obrigatórios
- CRLV atualizado
- CNH válida
- Passaportes ou RGs atualizados (com menos de 10 anos de expedição)
- Carta Verde
- Seguro-saúde ou assistência médica internacional (recomendado)
Respeite as leis de trânsito locais
As leis de trânsito podem variar de um país para outro. Antes de viajar, conheça as regras de onde pretende visitar.
Planeje a rota com antecedência
Confira as estradas e os postos de fronteira pelos quais você passará, assim você viaja mais preparado em caso de imprevistos.
Perguntas frequentes sobre a Carta Verde
Quais veículos são considerados “automóvel de passeio”?
Veículos que não estejam sendo utilizados de forma comercial, através de cobrança para transporte de pessoas ou mercadorias. Estão inclusos: veículos de pequeno porte, vans, utilitários, SUVs, caminhonetes e outros automotores.
Para entrar no Chile também preciso da Carta Verde?
Não, para o Chile é necessária a contratação do seguro SOAPEX, que é o seguro obrigatório para veículos com placa de fora do Chile.
Quais dados devem constar na Carta Verde?
Nome da seguradora, país de origem, nome do segurado, número da apólice, endereço residencial, marca, modelo, chassi e placa do veículo, e a vigência do seguro.
É necessária vistoria no veículo para emitir a Carta Verde?
Não. Diferente do seguro auto convencional, o Seguro Carta Verde não exige vistoria do veículo no momento da contratação.
Preciso de outros seguros além da Carta Verde?
Sim! Dependendo do seu destino e do tipo de viagem, outros seguros podem ser indispensáveis:
- Seguro Viagem: Protege contra despesas médicas, extravio de bagagem e outros imprevistos
- Seguro Auto Internacional: Para proteção completa, incluindo cobertura para seu próprio veículo e assistência 24h
A Carta Verde cobre danos ao meu próprio veículo?
Não. A Carta Verde cobre apenas danos causados a terceiros. O motorista, o próprio veículo e os passageiros não estão cobertos por este seguro.
Posso cancelar a Carta Verde após a emissão?
A maioria das seguradoras não permite o cancelamento do Seguro Carta Verde após a emissão, especialmente se a viagem já tiver iniciado.
O que acontece se houver um erro nos dados da apólice?
Se os dados do veículo ou do condutor estiverem incorretos na apólice, isso pode causar dificuldades na fiscalização e até a invalidação da cobertura em caso de sinistro. Por isso, é essencial conferir todas as informações antes de finalizar a contratação.
Como funciona a renovação da Carta Verde em viagens longas?
Se a validade do seguro estiver prestes a expirar durante sua viagem, você deve renová-lo antes do vencimento. Caso contrário, poderá enfrentar impedimentos nas fronteiras ou problemas em fiscalizações rodoviárias.
O que acontece se eu viajar sem a Carta Verde?
Viajar sem a Carta Verde em países onde ela é obrigatória pode resultar em:
- Impedimento de entrada no país estrangeiro
- Multas severas e possíveis retenções do veículo
- Responsabilidade financeira direta em caso de acidentes
Pontos principais sobre a Carta Verde
- A Carta Verde é um seguro obrigatório para viagens de carro aos países do Mercosul
- Cobre danos materiais (até US20.000)ecorporais(ateˊUS 20.000) e corporais (até US20.000)ecorporais(ateˊUS 40.000) causados a terceiros
- Não cobre danos ao próprio veículo ou passageiros
- Pode ser emitida online com antecedência mínima de 24 horas
- Os preços variam de R46(3dias)aR 46 (3 dias) a R46(3dias)aR 499 (1 ano)
- Em caso de acidente, é necessário acionar a seguradora conveniada no país onde ocorreu o sinistro
- Serve apenas para viagens a lazer, não tendo validade para viagens a trabalho
“A Carta Verde representa um dos pilares da integração regional no Mercosul, garantindo que motoristas de diferentes países possam circular com segurança e responsabilidade, protegendo não apenas seus interesses, mas principalmente os direitos de terceiros que possam ser afetados em caso de acidentes.” – Dr. Carlos Mendes, especialista em Direito Internacional de Seguros.
Perguntas e respostas sobre a Carta Verde
- O que é a Carta Verde e por que é obrigatória?
A Carta Verde é um seguro obrigatório de responsabilidade civil para veículos que circulam entre países do Mercosul, cobrindo danos a terceiros em caso de acidentes. - Quanto custa a Carta Verde e onde posso emiti-la?
Os preços variam de R46(3dias)aR 46 (3 dias) a R46(3dias)aR 499 (1 ano), dependendo do período. Pode ser emitida online através de seguradoras ou corretoras. - A Carta Verde cobre danos ao meu próprio veículo?
Não, a Carta Verde cobre apenas danos causados a terceiros, não ao seu veículo ou passageiros. - Quais documentos são necessários para emitir a Carta Verde?
CNH brasileira do segurado, documento do veículo e datas de entrada e saída dos países do Mercosul. - O que acontece se eu viajar sem a Carta Verde?
Você pode ser impedido de entrar no país, receber multas, ter o veículo apreendido e arcar com todos os custos em caso de acidente. - A Carta Verde é válida para todos os países da América do Sul?
Não, apenas para Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Para outros países, como Chile, são necessários seguros específicos. - Como acionar a Carta Verde em caso de acidente?
Comunique as autoridades locais, obtenha um boletim de ocorrência e entre em contato com a seguradora conveniada no país onde ocorreu o acidente. - Qual a validade da Carta Verde?
A validade é definida no momento da contratação, podendo variar de 3 dias a 1 ano, conforme a necessidade do viajante. - Posso usar a Carta Verde para viagens a trabalho?
Não, a Carta Verde serve apenas para viagens a lazer e não tem validade em caso de viagem a trabalho. - É possível renovar a Carta Verde durante a viagem?
Sim, é possível renovar antes do vencimento, mas o ideal é contratar um período um pouco maior do que o previsto para a viagem.
